Primeiramente, você sabe o que é FASCINAÇÃO MEDIÚNICA?
Na Umbanda, a fascinação é compreendida como um tipo de obsessão espiritual sutil e perigosa, em que uma entidade espiritual enganadora influencia o médium, fazendo-o acreditar que está sob orientação de guias de luz, quando, na verdade, está sendo manipulado por espíritos inferiores (Quiumbas ou obsessores).
Na Umbanda, a fascinação dos médiuns pode ser percebida em diversos aspectos e situações, e entender isso é importante para manter a prática mediúnica equilibrada e ética. A fascinação é um tipo de influência espiritual descrita principalmente por Allan Kardec no Espiritismo, mas ela também se aplica às práticas umbandistas, especialmente porque a Umbanda tem fortes raízes na mediunidade e no contato com o plano espiritual, sendo adaptada de acordo com seus fundamentos e ritualisticas.
Onde podemos notar a fascinação dos médiuns na Umbanda:
1. Comportamento exageradamente vaidoso ou arrogante
Quando o médium acredita que sua entidade é mais forte ou evoluída que as outras.
Pensa que não precisa mais aprender, pois já sabe tudo.
Começa a se portar como um “guru” ou “dono da verdade”.
Isso mostra que ele pode estar sendo influenciado por um espírito mistificador ou pelo próprio ego inflamado.
2. Desvios nas mensagens das entidades
As entidades começam a dar conselhos contraditórios, confusos ou agressivos, o que não é comum em guias de luz.
A mensagem deixa de ser caridosa e equilibrada e passa a ter tom de crítica, julgamento ou vanglória.
O médium fascinado pode achar que está canalizando um espírito de luz, quando na verdade está sendo enganado por um espírito inferior ou até projetando suas próprias ideias.
3. Resistência à orientação do dirigente espiritual
Médium fascinado não aceita correção.
Se sente perseguido quando é advertido.
Pode até romper com o terreiro, achando que “a casa não entende sua missão”.
O ego espiritual inflado faz com que ele perca a humildade e a conexão com a corrente de fé verdadeira.
4. Incorporação teatral ou forçada
Exageros na postura da entidade.
Vozes forçadas, trejeitos desnecessários, dramatizações que mais parecem atuação do que incorporação.
Muitas vezes é o próprio médium que, consciente ou inconscientemente, começa a representar a entidade, em vez de canalizá-la de forma pura.
5. Fixação em poderes ou fenômenos:
Busca por “mostrar” dons: vidência, cura, incorporação impactante, etc. Os trabalhos durante as giras toma um aspecto teatral, espetaculoso e sensacionalista. Infelizmente essa busca por dar aos trabalhos um tom “exagerado, espetaculoso”, com ritualisticas perigosas, que fogem do bom senso e irresponsáveis. Acidentes graves já ocorreram, com vítimas. Cabe o alerta.
O foco deixa de ser a caridade e a humildade e passa a ser a exibição dos dons espirituais.
O médium fascinado esquece que o objetivo da mediunidade na Umbanda é servir, não se exibir.
Como evitar ou superar a fascinação mediúnica?
. Autoavaliação constante: refletir sobre motivações, emoções e atitudes.
. Estudo sério e contínuo: conhecer os fundamentos da Umbanda e da mediunidade.
. Orientação do dirigente: seguir as instruções do guia-chefe da casa ou do pai/mãe de santo.
. Humildade: entender que todos somos aprendizes, inclusive os médiuns mais experientes. Na verdade, acreditem, somos ETERNOS APRENDIZES.
. Prece e conexão com os guias de luz: manter a sintonia elevada.
Consequências mais graves da fascinação na vida dos médiuns.
As consequências mais graves da fascinação mediúnica na Umbanda, e em qualquer prática espiritual séria, podem comprometer a saúde física, espiritual, emocional
do médium, além de afetar negativamente o trabalho coletivo da corrente espiritual e prejudicar pessoas que buscam ajuda.
Vamos refletir e analisar com profundidade alguns deles:
1. Perda do discernimento espiritual:
O médium já não consegue mais distinguir o que é orientação verdadeira e o que é influência negativa (de espíritos mistificadores ou do próprio ego).
O médium acredita estar recebendo mensagens elevadas, mas está sendo enganado.
Rejeita conselhos, advertências ou correções de outros médiuns ou doutrinadores.
Pode se afastar da prática séria da mediunidade.
Passa a canalizar entidades que se fazem passar por guias de luz, mas que são, na verdade, espíritos obsessores ou zombeteiros.
Essa perda de clareza pode levar o médium a tomar decisões espirituais perigosas ou a induzir outros ao erro. Mistificação Direta e Indireta tem destruído médiuns.
2. Orgulho e vaidade espiritual:
O espírito obsessor explora a vaidade do médium, lisonjeando-o.
O médium passa a se sentir “escolhido”, “iluminado” ou “infalível”.
Isso o afasta da humildade necessária para o exercício seguro da mediunidade.
3. Isolamento:
Pode romper laços com grupos espirituais e terreiros sérios, por achar que está acima deles.
Torna-se resistente a ouvir opiniões divergentes, isolando-se espiritualmente ( ego, vaidade e arrogância).
Quando algo ofende o nosso ego, pode ser o indício de alerta de onde devemos corrigir em nós.
4. Propagação de ideias falsas:
O médium fascinado pode psicografar, ou transmitir mensagens errôneas, fazer trabalhos equivocados, como se fossem verdades e de fontes espirituais.
Isso prejudica outras pessoas que acreditam em suas comunicações.
5. Consequências emocionais e mentais:
Desilusão, frustração e até depressão quando a fascinação é descoberta ou desmascarada.
Em casos prolongados, pode levar ao desequilíbrio mental ou obsessões mais profundas.
6. Comprometimento kármico:
Ao servir como instrumento de desinformação espiritual, o médium fascinado pode acumular débitos morais.
Isso compromete sua evolução e reencarnações futuras, se não houver arrependimento e reparação.
Como evitar ou combater a fascinação?
Estudos constantes. Podendo utilizar tanto de literaturas da Doutrina Espírita, como Umbandista, e outras visões espiritualistas, trás esclarecimentos importantes. Nunca se engessar para o conhecimento.
Vigilância e oração (como ensinado por Jesus). É a grande máxima.
Humildade para aceitar críticas e correções. A correção de posturas pouco humildes e melindrosas. Infelizmente há muitos médiuns que trocam terreiros sérios por amaciamentos de egos, e futuramente se tornam manipulados e tolos. Trazendo grandes desgostos futuros.
Trabalho mediúnico em grupo com disciplina e evangelho, palestras no terreiro.
Evitar a vaidade e o ego espiritual, que são as portas de entrada da fascinação.
Sempre é bom ressaltar que um médium reconhecer sua falha e falta, não deve ser visto como algo e motivo de humilhação, inferioridade, e sim como lapidação e evolução. O reconhecer e corrigir um erro ou falha é progresso, humildade e disciplina. Persistir no erro, isso deve ser visto como desvio de propósito e mandato espiritual, causa de corrupção e queda de muitos médiuns.
Todos juntos em prol da Umbanda.
“O verdadeiro conhecimento ilumina a alma, liberta o espírito e separa os que buscam a luz daqueles que ainda caminham na sombra da ignorância.”
Cris Alves